quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Dói falar de amor

Dói falar do Amor
Quando ele já não existe
Quando ele aventurado desiste
Quando ele fica mudo e se cala
Dói falar do Amor
Quando ele não te bate mas te agride
Quando ele meramente regride
Quando ele já não espera na sala
Dói falar do Amor
Quando o telefone fica mudo e não toca
Quando ele vacila e se equivoca
Quando a música insiste em fazer lembrar
Dói falar do Amor
Quando ele emudecido grita
Quando ele à dor se adita
Quando ele, sozinho, te faz chorar

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Vagando


Vague pensamento, vague
Enquanto espero teu tempo
Tempo que tomas tanto longo
Quanto improvável
Vague tempo vago
Ócio odioso improdutivo
Relativamente infindo e impreciso
Que me disparas vulnerável
Aqui nada mais há nem há de haver
A não ser o pesar que pesa
A não ser a demora longa
E as ideias sem rumo
Eis-me aqui, ora pensativo
Indo a todas possibilidades
Sem estar em nenhuma.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Rascunhos


Por mais que puro prazer
Mais que o resumo do verso
Inverso ou oposto
Teu rosto permanece em mim
E por tal vontade ou por gosto
A noite brilha em meus olhos
E me trilha a lua prata
Que se mostra noturna
E me tortura a saudade 
A vontade que me inquieta 
E me preenche tua voz 
Que traz paz
E mesmo que perdido 
Me acho, me deixo
Pois não há nada demasiado
Forte, infinito, constante
Tua segurança firme
Porto, conforto diário
E entretanto temos muito
Enquanto eu te tenho tudo
Enquanto me tiveres
Ao lado


domingo, 24 de junho de 2012

Doce Menino

Por ser tão fantástico
Ou simplesmente por se esconder
Ali, acolá, aqui dentro
Por ordem desorientar
Desmistificar, destemer
Te olho nos olhos procurando por mim
Mas então você sorri
E desvia, distrai, desmonta
Toda e qualquer pretensão ou saudade
Qualquer fuga de realidade
Qualquer 
Por ser tão menino
Ou tão somente por ser assim
Apenas brinca, beija
Por vontade, vivacidade
Verdade ou valor
Para que te olhem nos olhos sem se achar
Porque você sorri
E desconta, denota, devolve
Toda e qualquer sensação de liberdade
Toda força inteira e não metade
Qualquer


(para meu amigo Brian Narciso... esse adulto no corpo de um menino)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sorrisos

Sorrio das coisas simples
De gestos, olhares
Das palavras soltas
Das fotos, frases
Sorrio das coisas simples
Que quase ninguém sabe mais fazer
Sorrio do sol quente
Das chuvas de verão
Da presença ou ausência
Do sim e do senão
Sorrio de qualquer coisa
E de coisa alguma
Tão difícil me fazer sorrir
Você é um dos poucos que volta e meia
Consegue arrancar isso de mim