sábado, 31 de dezembro de 2011

Alegria!

Alegria! Alegria!
Deixe um rastro de energia
Por onde quer que passe 
Por onde quer que fique
Não há motivos para a tristeza
Pois o que não é a tristeza
Senão a saudade da alegria?
E saudade é coisa boa!
Saudade é a certeza
De que houve alegria!

Alegria! Alegria!
Dance mais a cada dia
A cada manhã acordada
A cada pôr do sol
A vida é curta demais
Para caber tanta melancolia
Melancolia é bebida amarga
Que não se toma todo dia
Mas faz despertar
E reanimar com alegria! 





Deixo assim, meus votos de Feliz 2012 para todos!
Saborosas manhãs 2012!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Minuto

Esse meu sorriso que nunca se finda
Esse meu olhar que guarda seu rosto
Um carinho ímpar que nunca termina
O cheiro que me impregna por fora
Um conjunto de não sei o que por dentro
A confusão que me move
A ternura, o afago, o abraço apertado
O beijo que se encaixa e não me abandona
O desejo do corpo que treme
A felicidade de se sentir completo
E a vontade de se resgatar sempre
O tocar de mãos, o toque da pele
O sabor da vontade realizada...
É tudo o que acontece nos segundos
Entre o abrir do olhos
E encontrar você sorrindo ao lado

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Seja

Seja simples
Seja meu comparsa, meu cúmplice, meu amante, meu amigo
Meu ficante, minha sombra, meu sol, meu carinho
Minha voz para cantar, minha casa pra morar
Seja assim
Seja meu corpo, meu dorso, meu colo, meu lugar
Minha face, meu sorriso, meu encontro e meu luar
Meu viver tranquilo, meu respirar
Seja sem fim
Seja meu gato, meu tato, meu globo, meu consolar
Meu trato, meu todo, meu topo, meu reconciliar
Minha vida infinita sem hora pra chegar
Seja em mim
Meu lápis, caneta, borracha pra apagar
Meus dedos, meus medos, meus sonhos ao acordar
Meu carinho tranquilo antes de deitar
Seja aqui
Meus braços, meus lábios, meu fogo para iluminar
Meus dentes, meu ouro, meu livro de rabiscar
Meu desejo bonito, meu azul da cor do mar
Seja o sim
Meu dia brilhante, meu sol escaldante, meu afagar
Minha roda gigante, meu amado valente, meu ímpar-par
Meu coração palpitante sempre a te esperar  


Novamente, dedicado a Allan Muniz pois ele desperta em mim as coisas mais lindas que já vivi

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Navegantes

Dentre as areias
Nos olhos de outros
Procuro ser surpreendido
Por teu olhar
Dentro do meu peito te guardo
Te aguardo o retorno
Neste barco que me leva
Sobre ondas de um mar infinito
Talvez encontre a ilha
Para onde você se foi
Talvez eu me perca em outra ilha
E só te traga
Como uma linda recordação
A mais linda de uma vida
A mais linda

domingo, 30 de outubro de 2011

Saudade...

Para mim, saudade só seria uma coisa boa se eu pudesse materializar aquilo que sinto. Da forma que a saudade sempre me vem, às vezes fico triste, às vezes me conforta, mas nunca me toca, nunca me ouve, nunca me fala. Ela apenas aparece e permanece aqui. Quieta e me encarando nos olhos. Ah, saudade! Faça alguma coisa! Revire-se e remexa-se! Vai buscar o que me traz aos olhos todas as vezes que decide aparecer!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fraseio

"O bom poeta diz tudo o que pensa e não diz quase nada. Pois se fossem as palavras profundas o suficiente para detalhar seus sentimentos, os dicionários não ocupariam as estantes. Ocupariam os corações."


Wagner Lopes

Esse Menino

Esse menino de sorriso largo
Aberto, franco, bonito
Poucos sabem de seus olhos
Tão claros, serenos, limpos
Ele que corre e se esconde
Ele que se mostra e desconfia
Que acredita e sonha com tudo
Ah, esse menino traquina!
Que faz do nosso peito moradia
Sem cerimonias, vai entrando
E lá dentro fica
Faz bagunça, dança, canta
A casa toda revira
Logo, sobre o sofá se aninha
E nos afaga, nos acarinha
Ah, esse menino!
Faz do coração
Lar de letras e poesias. 

(Dedicado a Allan Muniz)
E qual o problema de viver a vida numa poesia feita para cegos? 
A vida foi feita pra ser tocada tal como em braille, dedilhada de formas coesas para que seu significado seja entendido antes do fim do virar de páginas. Pois não há problemas em viver numa poesia. Basta que saibamos vivê-la no mesmo ritmo da alegria, da pureza, da leveza. O mais importante não é como você dedilha seu signifado e sim como finaliza sua literatura


Wagner Lopes & Carla Valéria 

Trechos II

Queria te fazer um convite mas não sei como fazer
Precisamos planejar como e quando novamente vamos nos ver
Já tenho tudo na cabeça, só falta você dizer que sim
Porque eu já cansei de te lembrar que seu corpo sente falta de mim.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Escritas

Escrevo sempre
Escrevo para materializar sua presença
Escrevo porque preciso
Escrevo apenas
E reescrevo novamente
Na esperança vã de te ler
Na vontade singular de te rabiscar
Na ânsia ímpar de te desenhar
Sorvendo cada palavra como sorvendo a mim
Tentando disfarçar o que se reflete
Neste largo brilho que ecoa
E se perpetua e cresce
E me toma por romântico
Escrevo porém
E nada é lido, nada é absoluto
É findável e ponto
Tal esta folha outrora branca
Que se rasga nas mãos de quem não a compreende

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Perfume de Café

Bálsamos, os teus perfumes
Os sinto aromáticos em cantos diversos
Na pele, no pelo, nos ares
Estranhos exalam ainda
Amadeirado
Oriental ambarado ou especiado
Posso contá-los todos
Quase os toco imaginariamente
Num sorver dentre os pensamentos
Ligeiros que permanecem
Nestes dias de ausência física
Tão tortuosos e simplesmente tediosos
Mas a mim não faz falta o tato
Quando aquilo que trazes
Me há impregnado por dentro
Tal qual teu cheiro
E me fez belo
E me faz te inalar por aí
Quando seja.   

Olhar incompleto

Saber-se satisfeito porém incompleto
Ao notar que a felicidade pode ser de carne e osso
E olhos e sorrisos
Tais como os teus
Me fazem feliz por diversas formas
Dinâmicas e sucintas
Reparar nos teus traços que continuam
Os mesmos traços
E ver-te aí, sorrindo como se para mim
Me pacifica num singelo gesto
Outrora tão vulgar
Conspirando esse tal universo
De estrelas milhares
Porquanto vejo e admiro
Teu olhar que nunca
Deixa de se encontrar escondido com o meu 

sábado, 15 de outubro de 2011

Simples

Seja
Seja sempre aquilo que a sua essência determina
O que seu espírito dita
O que seu coração transborda em seus olhos
Seja sempre
Seja completamente finito e necessário
Completamente sério e bem humorado
Com ideias que fervilham suavemente
E se eternizam em momentos sutis
Seja o que for
Mas seja sempre
Inebriante e admiravelmente convicto
Inconfundível e com marcas ímpares
Com o afeto intacto e permanente
De encontro com sua alma brilhante
Seja
E seja o sim
Esqueça-se do talvez daquilo que não se suporta
Esqueça-se do intervir da mão daquele que desconhece
Esqueça-se do antes para que o agora continue
Seja
E seja simples
Mas complexo a si mesmo
Inverso a tudo aquilo que não há
Convexo em todas suas convicções plurais
Seja e só
Isso lhe basta por ser assim

Esboços

Dentre essas esculturas
Artes, pinturas que fiz
Suavemente me deslizo, me entrepasso
Revejo de ângulos desobedientes
Desregrados
As curvas e cores obsoletas
Soltas e retilíneas
Sabem de mim mais
Soltam fagulhados detalhes febris
E tudo o que aqui não está
Assim estarei a qualquer instante
Pois sou a constância da mudança
E a fugacidade do mesmo momento. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pequeños Siglos

Mis ganas las tengo fuerte
Como una silla en la sala
Pero me llevan lejos
Y me dejan cerca de ti
Mis sueños los tengo apartados
Como un rayo del sol
Como lluvia en la ventana
Como nadie en la puerta
Mis pensamientos son mis encuentros
Disonantes y calmos
Como el agua limpia
Lista y clara
Mis amores se quedan callados
Como el árbol sin bosque
Como  casa sin dueño
Y aún sin daños
Mis manos las guardo
Como mis palabras
Como mis horas
Como mis temblores en esa alma   

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Em meu barco

Nesse barco levo comigo muitas bagagens
Uma são minhas de verdade
Outras são apenas encomendas para depois
Minhas velas continuam firmes
Ainda que um pouco rotas
Seguem minha rota, meu plano
Levo comigo fotos, fatos e livros
Nesta embarcação que segue o vento
São memórias frescas da terra firme
De onde parti e não sei se volto
Ainda trago a areia da praia nos pés
Os peixes, as ondas na proa
O céu continua limpo e me permito seguir
Buscando onde não sei chegar
Na verdade busco a ilha que conheci
Somente lá, pretendo retornar
Regressar e aportar
Destravar, ancorar e ficar
Refazer a cabana
Revirar-me inteiro
E ter a certeza que este barco
Só me serviu para fazer voltar.

Horizontes

Hoje acordei com essa felicidade engraçada
A felicidade de saber que há o horizonte
Há páginas em branco
Há um novo traço a ser desenhado
Eu me rabisco de novo numa nova ilustração de mim
Me repinto com as palavras mais doces
Meu reflexo de tantas rugas
Tantas experiências que me trouxeram até aqui
E me fizeram ficar observando essa imensidão
Não saberia explicar a mim mesmo de onde vem
Essa alegria intermitente
Esse sopro no rosto
Esse vento que me diz que sim 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Heaven Above

Would you tell me that it’s breaking free
For me and you?
Would you tell me that the things you wanted to share
Never meant too much?
Would you ever wonder if it stopped like that
And returned on the rainbows down to me
And made me free like a storm?
Would you take me heaven above?
Would you tell me that it’s love we could have?

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Musicando você

Me deixe fazer uma canção pra você
Me deixe cantar você alto
As melodias que eu componho são doces
Mas tem rock, tem samba
Tem tango, salsa e bossa nova
Deixe que ecoe por aí
Nas estações de rádio, na novela na tv
Ninguém vai saber
Que o que eu canto é só para você
Me deixe fazer uma melodia em você
Vamos cantar bem alto
Vamos deixar a vida gravar nossos rostos
Nossa história, nosso zelo
Nossos passos, trilhas e sonhos
Deixe que circule pelo ar
Nos corações, nas praias de Saquarema
Ninguém há de saber
Que o que eu canto é só por você.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Lares do Coração


Eu que sou feito de cores
Muitas delas perdidas em tons sublimes
Fiz um arco-íris para teus olhos
Com milhares de nuances simples
Em meu mundo tudo é assim
Os sons do silêncio são vibrantes
Intermitentes e sutis
Pulsando no compasso do meu coração
Lá onde esperas calmamente
A eternidade se fazer para sempre
Pois o meu amor por ti 
É uma poesia
Por isso recito meu coração 
Rimado ao teu
São rimas ricas, preciosas
E desritmadas 
São palavras repletas de emoção
Na promessa diária
De falar de vida
Quando minha boca
Teu nome encontra 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Antissinfônico

Nunca ter te visto
Nunca ter ficado feliz com seu sorriso
Nunca ter ficado feliz com uma rosa
Nunca ter te beijado como se saboreasse as delicias do mundo
Nunca ter deitado abraçado
Nunca ter ficado pensando em você
Nunca ter rido de coisas sem importância
Nunca ter ficado embriagado
Nunca ter caminhado pela madrugada
Nunca ter sido acordado com um café da manhã
Nunca ter sabido os seus segredos
Nunca ter dito alguns dos meus
Nunca ter conhecido sua casa
Nunca ter vencido meus medos
Nunca ter tocado seu corpo
Nunca ter esperado seu telefonema
Nunca ter acreditado nos seus olhos
Nunca ter pulado etapas
Nunca ter ficado distante
Nunca ter ficado com tantas vontades
Nunca ter gostado tanto
Nunca ter dito pouco
Nunca ter dirigido pela orla eternizando seu rosto na minha cabeça
Nunca ter visto você chorar pela primeira vez
Nunca ter dormido sonhando
Nunca ter sido acordado num rompante de fúria
Nunca ter acompanhado até a rua
Nunca ter entendido
Nunca ter sentido saudades
Nunca ter ouvido sua voz
Nunca ter voltado
Nunca dizer adeus.
Eu queria gritar tudo o que guardo aqui dentro. Gritar e simplesmente gritar. Bem alto. Fazer ecoar tudo o que trago. Tudo isso que me leva ao sono e me desperta pela manhã. É uma mistura de muitas coisas misturadas. Tocar o coração é uma tarefa árdua, uma tarefa desumana. Coração é terra que não se pisa, já diziam os antigos, mas minha mão se estende numa tentativa vã de alcançar aquilo que não se alcança. Eu tenho sido levado ao meu limite sempre que peço que tudo isso se dissipe e, a cada novo pedido, isso retorna mais forte, mais incompreensível. Uma voz que se torna cada vez mais clara e sempre diz “Continue!”. Uma experiência que transcende a realidade até então conhecida por mim que não sei nada de mim. Eu que me choco contra os bancos de areia. Eu que me solto leve-pluma no ar. Eu que não sei nos livros. Eu que te vivo fortaleza em mim.
Eu te recrio pela manhã, pelos vãos que a vida fornece no contar das horas. Eu não te recuso pensar. Não te recuso ainda sentir. Por isso te grito de dentro de mim e te busco num raio, num sorriso de quem me grita dentro de si.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pintura de Marie-Guillemine Benoist

Negra linda dos dentes alvos
Seus quadris, seus traços leves e fortes
Ela vem de longe
Vem gingando
A rua para e ela sorri
Ela dança e balança
As casas, os prédios, os seres
Ninguém repara mas ela também tem
O balanço de quem vai e vem
O carinho de quem sabe que tem
E ela ri e chora
Diz que vai e vem embora
No seu secreto modo de ser
Não há quem entre sem perceber
Ou quem saia sem desistir
Ela vai e vem
E torna a ser assim
Mas para que entender? 

Recanto

Em minhas palavras ele se esconde
Subentendido e intacto
Caminha e dorme comigo
Ainda que não esteja aqui todavia
Com ele, sorrio e digo coisas
Da vida, de mim, de nós
Ele me ouve atento e fala de si
Sem que ele note, o permito entrar
Desbravar esta terra outrora tão seca
Infértil, pueril
O permito se esconder em mim
Lá de longe ele nem percebe
Que a terra é fértil, doce e sem fim
O que ele em mim busca?
Não sei dizer com certezas duvidosas
Mas fecho os olhos e lhe dou a mão
Pois as belezas que deitam sobre meus olhos
Ninguém mais há de ver

Bethânia

Quando Bethânia me sorriu pela primeira vez já era tarde da noite. Eu nem sequer sabia que ela tinha um sorriso tão lindo. Ela veio por entre as cortinas, dentre os móveis da sala, o aparelho de jantar e aquietou-se ali naquela cadeira. Me dizia coisas tão improváveis sobre o amor, sobre a terra onde piso, sobre a carência da solidão. Mexia em seus cabelos de uma forma particular, levando para trás, abrindo os olhos e cantarolando as conversas sussurradas ao meu ouvido. Era moça menina. Levantou-se com seu vestido branco feito de rendas e linhas e rodava. Rodava encantada. Era algo incomum aos meus olhos. Algo lindo. Trazia consigo o rompante de um trovão e a suavidade da chuva que se segue então.
Quando conheci Bethânia, ela não me conhecia. Ela pensava mas não dizia.Ela gostava de me fitar com os olhos como se eu fosse desaparecer a qualquer instante. Eu acho que gostava disso. Quando a conheci ainda não era tarde para conhecê-la e por isso a acompanho. Estranho e torto.

As meninas da rua


Essas meninas da minha rua
Clara, Bia,
Beta, Luiza
Tem bonecas e sonhos
Potes, brincos, anéis
Coisas imaginárias e desenhos
Cavalos e nuvens
Essas meninas da minha rua
Maria, Joana
Jandira, Carolina
Tem vestidos coloridos
Flores nos cabelos
Tranças
E toda a vizinhança
Essas meninas tão risonhas
Correm, brincam, dançam
Na ciranda vida
Na varanda céu
Antes do fim da tarde
Antes do mundo dizer
Que as bonecas e livros
E sonhos
Já devem ficar no quintal

O menino


Ele trazia os olhos pequenos
Cintilantes, verdes, tenros
Dizia apreciar a vida
As sombras coloridas
Que ele criava
Ah, esse menino tão homem
Tão virtuoso!
Ele queria o mundo inteiro
E o mundo se escondia
Nele mesmo
Ah, se ele se soubesse!
Ele me trazia em suas mãos
Mas nem sabia
Me protegia e me afagava
Enquanto o vento batia.
Lá fora o mundo girava
E dentro de seus olhos
Meu mundo permanecia.


Vivissitudes


Vou desarrumar
O que não se arruma mais
Em mim
Desorganizar a casa
Vasculhar poeiras
Viver na fronteira
Entre o ‘não’ e o ‘sim’
Sou aquilo que há de bom
Suave e perniciosamente
Inquieto, tardio
Desajeitando as palavras
Não ditas
Caladas
Pois assim Pedro me dizia
Com olhos negros
Pálidos
Quando o mundo era meu
E eu não me importava
Vou desarrumar a vida
Quebrar as regras
Recriar minhas leis
Se há o bom a ser feito
Porque ele não se fez?
Nesta vida-livro
Que me livra disto
E me põe de volta
Ao lugar
De onde nunca parti.

Poema de Maria

Poetas loucos
Enternecidos pela profusão de sons
Me deixaram esta carta.
Ah, se eu pudesse ler
Ah, se eu entendesse
Mas poetas são divinos
São aqueles das canções
Dos livros complexos
E singelamente lindos
Das lágrimas
Em versos
Poetas são simplesmente
Mas não fazem questão
De existir apenas
Vivem escondidos
E muitos se escondem em mim
Que sou pequeno
Ah, poetas...
Vamos recitar nossos corações.

Luas

Porque te enganas tanto
E te consideras tão sábio?
Não sabes ouvir
Foges de tudo
Nem a ti mesmo enfrentas
Porque te enganas tanto
E acreditas que o que digo
Te pertence?
O que te digo sou eu
Mas o que vês não é
O que te ofereço
É para me fazer bem
Podes recusar e ainda assim
É para me fazer bem
Se vago pelas ruas
E vejo diversas luas
O faço por mim.
Porque te enganas tanto
E te achas tão determinante assim?
A vida te endureceu
Não a mim.
Porque te enganas tanto
E acreditas ser bom para mim
Quando era eu
Quem seria bom para ti?

Eighteen


He is only eighteen
And that makes me feel old
Makes me feel good
Makes me feel wrong
But he is only eighteen
And has a whole life ahead
And it is a problem instead
We are near and far apart
Is he really eighteen
Or is he lying to me?
Because he seems older
And makes me feel younger
What are you but an angel to me?
What are you but my overwhelming heartbeat?

To Guto: my friend, my little piece of heaven.

A Morte do Poeta


"Era tarde naquele dia em que eles se conheceram. Os campos verdes, a noite linda. Tímidos, trocavam as palavras, os olhares e as mãos não queriam se soltar. Ele sentia que seu mundo se coloria novamente como há muito tempo não acontecia. Despediram-se com a imensa vontade de ficar, de tirar tudo do outro, de reinventar a vida, mas seus rostos não se despediram dos olhos. Lá, eles permaneciam enquanto não se viram novamente. E se viram uma, duas, tantas outras vezes e aquela vontade de estar ali crescia. Crescia tanto que ele se assustou com tanta cor, com tanta força que brotava pelos poros. Ele nunca o disse que, certa vez, ao pensar no seu rosto, sinos tocaram de fato. Foi engraçado e repentino. Ele agradeceu por tê-lo conhecido. Não importava a distância, o tempo, os obstáculos que vinham pela frente. Ele o queria com tanta força que se desconhecia. Não previa futuros, apenas queria. Mas havia forças maiores que cada vez mais aumentavam o tempo, o espaço, a distância. Ele lutava, muitas vezes só, mas lutava. Foi quando de repente, se viu só na batalha. Não havia mais por quem lutar.
Ele vasculhou os escombros, refez caminhos, buscou seu amado dentre os feridos mas ele havia partido antes que as espadas fossem erguidas. Sozinho ele havia chegado e agora sozinho partia. Do seu amado somente lhe restavam as memórias que lhe sorriam lindas, vivas e coloridas... Que saudade ele tinha! Foi quando ele partiu. Não havia mais cores, sonhos, vontades. Havia somente ele que sempre fora guerreiro mas estava despedaçado e tinha uma lança cravada no peito. Uma lança que partiu de algum lugar desconhecido mas que doia. Doia e tinha que ser retirada para que não lhe causasse maiores danos e que pudesse caminhar, sair daquele lugar. Foi quando, num canto afastado, ao retirar a lança do peito, percebeu que havia as iniciais do seu amado escritas no cabo. Ele não entendia. Não entendia e se repetia:
-Se ele também me amava, porque ele me mataria?" 

Quartzo


Ele me dizia que era um poeta
Mas nunca foi tão longe de casa.
Caminhou sem destino, sem direção
E desenhava o nome dela numa tela azul.
No horizonte nada mais se via
Mas seus sorrisos continuavam vivos
Ela já não estava mais aqui.
Dentre tantos rabisco
Fotos, músicas e livros
Havia a sombra de quem ainda não partiu
Mas ele era poeta
Mas ele dançava só
Mas seus olhos marejavam
E ele continuava ali
Diante da tela azul
Num sussurro, ela retornava
O que lhe dava a vida de volta?
Era apenas o seu pedido
"Se me amas, me deixe ir embora."

Prainha


Ele caminhava pela areia
Pedia através das pegadas
Que houvesse respostas certas
Para suas perguntas erradas
Somente o vento vinha
Mais ninguém ao redor
Somente ele e o mar
E as coisas na cabeça
Ela veio quieta
Flutuando pelas águas
Se sentou e com um olhar de mãe
Não disse uma só palavra
Recitava poemas
Através do ir e vir do mar
Não ficou muito tempo
Logo, teve que ir
E ele jogou sua vida no oceano
Mas as ondas intermitentes
Trouxeram de volta
Somente aquilo que era bom
Somente o que lhe bastava.

Trechos


"Sim, eu sou utópico. Tenho crenças que divergem da grande maioria. Não tenho sonhos absurdos e geralmente sei o que quero. Procuro entender as razões dos outros porque vejo o mundo de fora pra dentro e não o contrário. Mudo de opinião caso você me apresente razões plausíveis sobre algum assunto. Creio em Deus e em todas suas formas de evolução. Sou sincero. Me machuco rápido e me curo devagar. Minha felicidade não está nos outros, está em mim e por isso, eu gosto de compartilhar o que sinto. Sou desconfiado, mas acredito em olhos que brilham. Me entrego devagar mas quando me entrego sou ímpar. Sorte daqueles que já viveram e vivem isso. Sou uma orquídea: se eu grudar em você, não vou te danificar. Pelo contrário, vou florescer todos os anos e minha flor será uma homenagem aquilo que só você me ajuda a ser. Sou simples dentro da minha complexidade, mas quem não é?! Amo simplesmente por amar sem esperar nada de volta pois o meu gostar não é moeda de troca. Faço planos e desfaço tudo. Viajo sem sair do lugar. Não julgo ninguém por seus atos mas também não admito que julguem os meus. Sim, sou perfeito mas isso você só irá descobrir quando se permitir enxergar com os olhos da alma. Você também é perfeito! Deus jamais te criaria se não fosse a sua imagem e semelhança. Há quem goste de mim por eu ser exatamente assim e há quem não goste ou não acredite. Alegre-se por eu abrir as portas de mim para você pois estas portas, apesar de estarem sempre abertas, não permitem a passagem de qualquer um. Tenho muitos segredos. Uns são deliciosos, outros nem tanto. De qualquer forma, te garanto uma aventura fascinante e inesgotável. Tenho muitos amigos e todos são pra sempre, estando perto ou longe. Sou seriamente engraçado. Aprendi a rir de mim mesmo mas me levo a sério. Gosto de seguir em frente mas não gosto de caminhar sozinho. O que eu busco está além das regras conhecidas. Dou um passo de cada vez mas pulo alguns degraus às vezes. Gosto de carinho e gosto de dar carinho, mas não me exija isso, deixa eu fazer de coração. Tenho vontade de me casar. Não me considero bom... estou em processo de evolução. Eu erro como todo mundo mas é sempre no intuito de acertar. Não aguento ver gente chorando. Gosto de abraços bem apertados e conversas bem demoradas. Tenho vontade de ficar num lugar distante só observando as estrelas. Adoro dar flores. Amo receber mensagens. Sou pateticamente romântico. Escrevo poesias, faço textos gigantes. Tenho medos e coragem de observá-los. Cada dia pra mim é uma nova oportunidade. Cada amor, único." 
Então... fui... sem remorso.
Sem pesar a cabeça
Pois sei que amanhã
O sol aparece atrás das montanhas.
E eu nada farei a não ser esperar
E cultivar
E guardar
O coração brando.

Vazio


Há em mim um vazio
Algo que não compreendo
Vazio
Ser minha própria companhia
Não tem sido suficiente
E nesta corrente-cachoeira
Desaguo e desabo em mim
Como um lago perdido
O oásis prometido
Num deserto severo
E sem fim
Não me resta muito
A não ser a espera
Gélida e solitária
Dos minutos angustiantes
Das horas impacientes
E companhias invisíveis
A olho nú
E eu que não quero estar
Permaneço quieto
Calado
E despido
Acompanhado por vozes
Que me dizem
Que vai ser assim...

17/01/10


Eu tenho medo... e é medo do teu silêncio.
Medo de suas falhas, medo por mim...
E eu que só queria um beijo de boa noite, agora durmo só
Sem abraços, sem afagos, sem um aperto de mão.
Não posso te entregar meu coração se assim for...

Pedaços Significativos

Subitamente, eu estava aqui
Preso aos meus pensamentos
E inquietudes matinais
Que se amontoavam há dias.
Por aqui, só você passava
E levava tudo embora de dentro
De mim.
Por dias meus medos se apresentavam
Severos e hostis
Como ventos fortes
Verdadeiros tufões que arracam
Árvores inteiras
Telhados inteiros
Casas inteiras
Me levavam inteiro...
Mas só você por aqui passava
E me segurava
E me dava de volta o chão.
De alguma forma,
Me alivie novamente
Me abrace
Me dê sua mão
Por aqui, eu aguardo ansioso
Que você passe.

03/01/10

Set Winners


Mini Set que eu produzi e mixei para o campeonato Winners Werner - Botanik Collection - da empresa
Werner Coiffeur...
Set Winners Werner
Enjoy!
Roubei em teus versos
Tuas ideias
Teus credos e medos
Roubei em tua casa
Teu leito
Teu lar e beijos
Roubei em teu peito
Teus sonhos
Tua dor e anseios
Roubei em ti
Teus amores
Teus dias e desejos
Roubei e fui preso
Porque não pude fugir de ti
Tampouco de mim mesmo.
Ela sabia de mim
Mais que eu mesmo
Mas dela
Nada sabia
E caso soubesse
Nada seria
Mas ela me media com os olhos
Essa moça ao meu lado
Porque nela eu me encontro
E em mim seu amor se cala
Em silêncios irreconhecíveis

Signo de Leão

Quem és tu, ser leonino
Que me tira o sono
O sossego
O juízo?
Quem és tu
Que me busca e me larga
Me atiça e me apaga
Dentro de si?
Quem és tu, ser leonino
Cujo corpo é tesouro
Escondido
Em panos bonitos?
A quem buscas
Pequeno ser
A não ser a mim
A não ser

Trechos...

"... e então ela entrou por aquela porta e disse em alto e bom som que detestava aquelas paredes... Sua mãe, ao ouvir tal desabafo, calou-se e chorou quieta num canto da sala. Talvez sentisse pena de si. Não poderia chorar por raiva dela.
Mas, ainda na conturbada situação, ela bateu a porta de seu quarto e fingiu dormir, fingiu não ligar para o pranto de sua mãe. Dentro de si, a consciência gritava e ela chorava também. Não se sabia o porquê de tanta raiva ainda.
Ela esperava mais da vida e procurava nos lugares menos óbvios a razão de sua existência. Não dizia a ninguém, mas seu medo ainda era muito grande e ainda não sabia disso. Só sabia que a vida era imensa..."

Frutas Doces


Já tive muitos nomes
E diferentes gostos
Muitas casas
Muitos lares
Sabores de frutas doces
Já fui vermelho
Azul
Cinza e preto profundo
Já ganhei, perdi
Me encontrei
Me iludi
Já contei verdades
Mentiras conscientes
Realidade
Ficção
Já contei estrelas
Cometas
Espaços inteiros
Da constelação
Já falei sozinho
Dormi abraçado
Já corri, cai
Já sonhei acordado
Me mantive aqui
Ou do outro lado
Mas ainda assim
Não estou
Acostumado

30/12/08

Right There



I'm drinking all the bottles
And may feel so good tonight
They wouldn't get me now
I'm happy to say I'm free
Meeting people, going out
With all the other guys
They say: all right to be like that
They had me around
To tell me what it's all about
The things I'm not
Everytime I'm careful
Well, I don't care about it
And I don't need to feel
So sorry about these things
I even need to say
I'm all right there
Waiting for it
I'm all right there
As people are used to say
I'm all right there
As people are used to be
I'm all right there
I feel it into me now
I'm all right there
Dancing like a king
I'm all right there
Don't worry 'bout a thing
I'm all right there
As people are used to be
I'm all right there

Chemistry



Been stupid
Been selective
Been comfortable and alive
Been superior
Been a faggot
Been insane and too high
Been locked
I've been kissing
I've been kissed by anyone
All the shyness
I've been keeping
I will love in you forever more
Then you gave me
All the chemistry you had inside
Then you gave me
All the chemistry you've got inside
Tell me right now
What I'm gonna have without your hand?
Tell me right now
What you're gonna have without...
I've got a little some
Been so virtuous
And distracted
I've been concentrated and having fun
Been so simple
And colective
I've been dissimulated after all
I've been living
I've been lying
I've been dying for the things I'm not
All the certains
I've been doubting
I'll find in you forever more
Then you gave me
All the chemistry you had inside
'Cause you gave me
All the chemistry you had inside

Novíssima... enjoy it!




Ruling the world
To say that you're right
And can burn a heart
Willing to turn
To hide the people that love
And they say my context
and the people that'd be around
Are practicing something
At the people that'd still around me
Oh, tonight
Everybody loses senses
Everybody losing all around
I keep around
To say and define
Sometimes we know it then
You will know
High and right
Everybody knows the rain
And so do I
I'm so tired
And the fear is gone
Go on
Go on
On, on

Fuego (radio edit)
Fuego (Electric Deconstruction Remix)

You always come close to me
And leave me wordless
You know exactly how to keep me
Quiet and waiting
All I need now is your hand
Touching me like the rain
Nobody knows
All that we wanna do tonight
They'll ever know
I wanna burn and fuse (fuego!)
I wanna try to lose (fuego!)
My own sanity (fuego!)
I wanna fly away (fuego!)
I wanna be into your flame (fuego!)
While you fire me (fuego!)
You always know how to touch me
And keep me unconscious
You've got that magic
That make me your slave
Your servant
All I need now is your touch
Make me lose all my breath
Nobody knows
What we're gonna do tonight
I don't care what they say