sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Eu queria gritar tudo o que guardo aqui dentro. Gritar e simplesmente gritar. Bem alto. Fazer ecoar tudo o que trago. Tudo isso que me leva ao sono e me desperta pela manhã. É uma mistura de muitas coisas misturadas. Tocar o coração é uma tarefa árdua, uma tarefa desumana. Coração é terra que não se pisa, já diziam os antigos, mas minha mão se estende numa tentativa vã de alcançar aquilo que não se alcança. Eu tenho sido levado ao meu limite sempre que peço que tudo isso se dissipe e, a cada novo pedido, isso retorna mais forte, mais incompreensível. Uma voz que se torna cada vez mais clara e sempre diz “Continue!”. Uma experiência que transcende a realidade até então conhecida por mim que não sei nada de mim. Eu que me choco contra os bancos de areia. Eu que me solto leve-pluma no ar. Eu que não sei nos livros. Eu que te vivo fortaleza em mim.
Eu te recrio pela manhã, pelos vãos que a vida fornece no contar das horas. Eu não te recuso pensar. Não te recuso ainda sentir. Por isso te grito de dentro de mim e te busco num raio, num sorriso de quem me grita dentro de si.

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