quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vivissitudes


Vou desarrumar
O que não se arruma mais
Em mim
Desorganizar a casa
Vasculhar poeiras
Viver na fronteira
Entre o ‘não’ e o ‘sim’
Sou aquilo que há de bom
Suave e perniciosamente
Inquieto, tardio
Desajeitando as palavras
Não ditas
Caladas
Pois assim Pedro me dizia
Com olhos negros
Pálidos
Quando o mundo era meu
E eu não me importava
Vou desarrumar a vida
Quebrar as regras
Recriar minhas leis
Se há o bom a ser feito
Porque ele não se fez?
Nesta vida-livro
Que me livra disto
E me põe de volta
Ao lugar
De onde nunca parti.

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